09/05/2016 07h17 - Atualizado em 09/05/2016 07h23

Aplicativo gratuito mostra incidência
do inseto transmissor do greening

Citricultores de Boa Esperança do Sul (SP) e região aderiram à tecnologia.
Segundo produtores, doença destrói plantas e frutas e quebra produção.

Do G1 São Carlos e Araraquara

Com medo de perderem toda a plantação de laranja para o greening, uma das doenças mais temidas na área, citricultores de Boa Esperança do Sul (SP) e região estão utilizando um aplicativo que monitora o campo para poder acompanhar a população do inseto que transmite a doença, o psilídeo. Assim, é possível entrar em ação para conter os danos.

Greening prejudicou pomar de laranjas em Matão (Foto: Thayna Cunha/ G1)Citricultores utilizam aplicativo que mapeia área
e identifica doenças  (Foto: Thayná Cunha/G1)

Como o ‘mosquito da dengue da laranja’, o psilídeo é o terror de muitos produtores. Ele se alimenta da seiva de um pé contaminado e transmite a doença para outras plantas saudáveis, comprometendo a planta e a fruta, que acabam sendo cortadas.

“O greening danifica a fruta e a deixa torta e imprópria para consumo. Em áreas avançadas, a gente chega a perder toda a produção. Isso quebra o produtor porque são áreas que vão ficar improdutivas futuramente. [Essa doença] elimina qualquer pessoa do ramo”, explicou Paulo César de Souza, gerente agrícola.

Combate
Para combater um inimigo considerado invisível, os produtores estão usando um novo recurso tecnológico. Com a ajuda de um computador ou celular, eles acessam um mapa que mostra a incidência do inseto em cada região.

“Nós vamos acompanhando o nível de elevação do psilídeo e, uma vez dado o alerta, a gente já libera a pulverização”, contou Souza.

O sistema foi criado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e engloba uma área de 231 mil hectares em várias cidades. Marcados por cores, os quadrados verdes indicam pouca ou nenhuma concentração do inseto, mas, quando eles aparecem vermelhos, a situação se torna preocupante.

Os próprios produtores são responsáveis por abastecer o mapa registrando armadilhas e enviando informações pela internet de 15 em 15 dias. Na Fundecitrus, o sistema recebe os dados e organiza o mapa automaticamente.

Aplicativo mostra indicêndia do psilídeo na região (Foto: Reprodução EPTV)Aplicativo mostra indicêndia do psilídeo em cerca de 
128 municípios da região  (Foto: Reprodução/EPTV)

“Nós recebemos as informações de aproximadamente 128 municípios. São 26 armadilhas que o produtor monitora em suas propriedades em toda a região. Depois, a Fundecitrus devolve ao produtor um relatório sobre a população do psilídeo de uma determinada região e de sua propriedade, indicando quais regiões possuem mais ou menos insetos”, contou Ivaldo Sala, engenheiro agrônomo da fundação.

Para os trabalhadores do setor, o avanço tecnológico se tornou a arma mais prática de ser utilizada.

“A gente já sabe que acabar não vai acabar, então nós temos que conviver e monitorar isso aí. [A tecnologia] é muito bem-vinda, sempre é”, disse o produtor Paulo César de Souza.

Acesso
A ferramenta é gratuita e pode ser usada pelo celular e pelo computador. Os interessados devem fazer cadastro pelo site da fundação ou pelo telefone 0800-112-155.

Shopping
    busca de produtoscompare preços de