Com medo de perderem toda a plantação de laranja para o greening, uma das doenças mais temidas na área, citricultores de Boa Esperança do Sul (SP) e região estão utilizando um aplicativo que monitora o campo para poder acompanhar a população do inseto que transmite a doença, o psilídeo. Assim, é possível entrar em ação para conter os danos.
e identifica doenças (Foto: Thayná Cunha/G1)
Como o ‘mosquito da dengue da laranja’, o psilídeo é o terror de muitos produtores. Ele se alimenta da seiva de um pé contaminado e transmite a doença para outras plantas saudáveis, comprometendo a planta e a fruta, que acabam sendo cortadas.
“O greening danifica a fruta e a deixa torta e imprópria para consumo. Em áreas avançadas, a gente chega a perder toda a produção. Isso quebra o produtor porque são áreas que vão ficar improdutivas futuramente. [Essa doença] elimina qualquer pessoa do ramo”, explicou Paulo César de Souza, gerente agrícola.
Combate
Para combater um inimigo considerado invisível, os produtores estão usando um novo recurso tecnológico. Com a ajuda de um computador ou celular, eles acessam um mapa que mostra a incidência do inseto em cada região.
“Nós vamos acompanhando o nível de elevação do psilídeo e, uma vez dado o alerta, a gente já libera a pulverização”, contou Souza.
O sistema foi criado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e engloba uma área de 231 mil hectares em várias cidades. Marcados por cores, os quadrados verdes indicam pouca ou nenhuma concentração do inseto, mas, quando eles aparecem vermelhos, a situação se torna preocupante.
Os próprios produtores são responsáveis por abastecer o mapa registrando armadilhas e enviando informações pela internet de 15 em 15 dias. Na Fundecitrus, o sistema recebe os dados e organiza o mapa automaticamente.
128 municípios da região (Foto: Reprodução/EPTV)
“Nós recebemos as informações de aproximadamente 128 municípios. São 26 armadilhas que o produtor monitora em suas propriedades em toda a região. Depois, a Fundecitrus devolve ao produtor um relatório sobre a população do psilídeo de uma determinada região e de sua propriedade, indicando quais regiões possuem mais ou menos insetos”, contou Ivaldo Sala, engenheiro agrônomo da fundação.
Para os trabalhadores do setor, o avanço tecnológico se tornou a arma mais prática de ser utilizada.
“A gente já sabe que acabar não vai acabar, então nós temos que conviver e monitorar isso aí. [A tecnologia] é muito bem-vinda, sempre é”, disse o produtor Paulo César de Souza.
Acesso
A ferramenta é gratuita e pode ser usada pelo celular e pelo computador. Os interessados devem fazer cadastro pelo site da fundação ou pelo telefone 0800-112-155.