Tecnologia catarinense permite rastrear informações sobre hortifrutis

Aplicativo catarinense disponibiliza dados sobre a origem e forma de cultivo das frutas e verduras

Marco Santiago/ND

Objetivo da iniciativa é dar mais segurança aos consumidores

São raríssimas as pessoas que hoje em dia não tem à mão um celular com acesso à internet e aos aplicativos que facilitam a vida contemporânea. E é com a ajuda da tecnologia que os consumidores de Santa Catarina e de alguns Estados têm levado para casa alimentos cada vez mais saudáveis. A Acats (Associação Catarinense de Supermercados) desenvolveu um programa de rastreabilidade dos produtos que são oferecidos no setor de hortifrútis dos supermercados.

Responsável pelo desenvolvimento do software, o diretor comercial da PariPassu Aplicativos Especializados, Giampaolo Buso, ressalta que Santa Catarina é pioneiro nesta tecnologia. O sistema é simples: em cada cartaz com o nome e valor do produto está um QR Code, ou seja, um código que pode ser lido pela câmera fotográfica do smartphone.

Ao ler esse código em forma de “quadradinhos”, o aparelho telefônico mostra na tela a imagem do produto, o nome do produtor e o local onde foi cultivado. O código não é um rótulo e é válido para cada nova colheita. Assim o leitor mostra, por exemplo, que os maracujás dispostos na gôndola foram produzidos na cidade de Araranguá, pelo agricultor Júlio Pereira e chegou ao supermercado pela distribuidora Baschirotto. Por meio do acesso ao Facebook, o consumidor pode ainda fazer uma avaliação sobre o alimento e entrar em contato com quem plantou e colheu as frutas, legumes e verduras que está adquirindo para o consumo em sua casa. Ou seja, o processo do canteiro à prateleira da loja está ao alcance do cliente.

Mas a tecnologia não serve somente para conhecer o trajeto e o modo de produção. Serve, principalmente, para o controle da quantidade de defensivos aplicados nos alimentos e para garantir que as os valores estejam dentro dos limites estabelecidos em lei. Para tanto, a Acats submete mensalmente amostras de seus fornecedores aos testes em laboratórios. “Assim garantimos que os produtos estejam dentro das normas e em conformidade com a proposta do programa Alimento Seguro”, observou Giampaolo.  Em caso de desacordo, seja em relação ao tipo de química ou à quantidade de defensivo utilizada o produtor é advertido e um plano de ação é acionado para resolver o problema. “Essa prática além de segurança, dá identidade ao produtor e humaniza o processo ao aproximá-lo de seu consumidor final”, defende.

Orgânicos têm selo de certificação

Zootecnista, Giampaolo afirma que Santa Catarina é o Estado mais avançado em relação à rastreabilidade de alimentos. O sistema foi adotado também no Paraná e em outros sete Estados sucessivamente, por meio da parceria com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Atualmente, 18 supermercados catarinenses aderiram à iniciativa. “Temos produtores do Oeste financiando a rastreabilidade para fomentar o PAS (Programa Alimento Sustentável)”, afirma.

Antônio Carlos Poletini, diretor-executivo da Acats, salienta que o modelo catarinense é pioneiro no Brasil e que o investimento no PAS resulta em maior qualidade do produto oferecido ao consumidor. “É um legado para os supermercados”, destacou. Poletini lembrou ainda que os produtos orgânicos contam com selo de certificação. Quanto aos demais produtos, o programa garante que nenhuma química proibida ou quantidade abusiva seja aplicada. “Caso um alimento apresente desconformidade em um teste, a causa será rastreada e o produtor tem até 30 dias para apresentar uma contraprova”, detalhou sobre o sistema utilizado em mais de 200 lojas do país.

A rede de supermercados Angeloni foi a primeira do Estado a adotar o sistema. Com alfaces de Ratones, Norte da Ilha, cenouras de Minas Gerais e mamões da Bahia e Espírito Santo, a rede forma uma cadeia com 72 fornecedores catarinenses e 44 de outros Estados e 490 produtos rastreados. “Nosso objetivo é comercializar produtos saudáveis e de origem confiável”, observou o diretor regional José Fernandes. O Programa Alimento Seguro é acompanhado pelo Ministério da Agricultura, Ministério Público, Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC) e Vigilância Sanitária.

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