A colheita da laranja no Paraná está a todo o vapor. Com uma melhora na rentabilidade, o produtor se apressa para entregar o produto que já foi vendido. Em uma propriedade de Paranavaí, na região noroeste, toda fruta colhida já tem destino certo. Vai para uma indústria de suco da região que está pagando, em média, 40% a mais por caixa comercializada do quem em 2015. Em julho do ano passado, a caixa de 40,8 kg era vendida por R$ 10,50. Já em 2016, a mesma quantidade é vendida por R$ 15.
O cenário positivo acontece ao mesmo tempo que o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) prevê uma redução de 11% da safra. Neste ano, a expectativa de colheita é de 810 mil toneladas, na safra anterior foram colhidas 911 mil toneladas.
Esse cenário, de redução da produção, é consequência de fatores climáticos e de doenças que atingiram os pés plantados no Paraná e em outros estados. São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, que são grandes produtores, sofreram uma quebra por causa do greening. A praga atinge rapidamente as árvores obrigando o produtor a erradicar as plantas doentes.
"Tivemos quebra de safra nos últimos anos por causa do greening. Além disso, o produtor precisou conviver com preços ruins. Para aqueles que sobreviveram a esse cenário ruim, esse é um período para tomar força e continuar. O Paraná teve grandes safras de laranja. Apesar da cultura ser nova ainda, chegamos a colher 24 milhões de caixas. No ano que passou tivemos uma redução para quase 16 milhões de caixas. Então é muito significativo a retomada de alguns aspectos", explica o coordenador de citricultura da Secretaria de Abastecimento, José Croce Filho. Por causa do greening, os produtores paranaenses eliminaram 27 mil hectares de pomares.
Com o mercado favorável, o produtor volta a ter esperança. "Durante três anos seguidos tivemos preços ruins. Agora, há uma reação nos preços. Os mercados internacional e nacional estão se recuperando, o que deixa o momento muito mais propício para o agricultor voltar a plantar laranja no Paraná", comenta o produtor Gilberto Pratinha.
